A culpa é do Poder Público- FONTE IMPRENSA LIVRE
““Se a área é irregular, invadida e ilegal, por que o Poder Público garante estrutura para eles morarem?”” Selma Almeida Em busca do tão sonhado voto de eleitores, vale tudo entre os políticos de plantão. Até mesmo fazer “vistas grossas” a ocupação de área irregular ou ilegal. O que aconteceu em um “bairro” em São José dos Campos, no Pinheirinho, praticamente invadido por moradores que sabiam tratar-se de uma área particular, é comum em várias partes deste país. Sem moradia, muitas famílias carentes invadem áreas desocupadas e por trás desta atitude quase sempre tem um político, que claramente se aproveita para angariar votos desta classe popular. Este local, por exemplo, em São José dos Campos, eram cerca de seis mil habitantes em um local invadido que já tinha até ruas, quadras, praça pública e como não poderia deixar de ter, oito igrejas. Seis mil é um número considerável em se tratando de votos. Não me admira se esta população também tinha carnê de IPTU, contas de água e luz, comum nestas comunidades mesmo quando invadidas. A pergunta é: se a área é irregular, invadida e ilegal, por que o Poder Público permite e garante estrutura para eles morarem? Mas na hora que a situação aperta em uma reintegração de posse, a prefeitura (maior responsável por esta estrutura) se exime de qualquer culpa. Nesta do Pinheirinho, o setor disse que considerava um problema entre os invasores e os proprietários da área, dando uma de Pilatos, “lavando a mão”. Nesta hora de tragédia, os políticos aproveitam também para atacar e culpar os governos federal e estadual (que no Estado de São Paulo são claramente opositores) pela situação. E sobra até para Justiça. A Estadual dá uma ordem e a Federal outra. E assim ficam discutindo de quem é a competência para julgar. Enquanto isso, algum líder destes moradores também se aproveita da situação. Quase sempre é alguém de um partido político. No caso do Pinheririnho, por exemplo, havia um que nem morava na área, mas em casa própria e regularizada. Tratava-se de um sindicalista que tem como meta algum cargo político em eleição. No final o que acontece mesmo é uma exploração da miséria e situação de moradores pelos governos e políticos em ação, quando o correto pelo Poder Público era evitar esta situação com um serviço preventivo e de fiscalização. Mas esta atitude nunca fez parte dos serviços públicos que querem mesmo é amontoar as pessoas em um local, depois estruturar com ruas, iluminação e água (em troca de votos é claro). E quando a reintegração de posse acontece, eles também aparecem se tornando o “salvador da pátria” para uma ação da justiça e correta, afinal a área tem um dono, ou estes que se intitulam líderes e futuros políticos e partidos, dariam uma de suas áreas aos invasores? São situações comuns por este Brasil: a falta de moradia legal; falta de educação e falta de um controle de natalidade entre a população carente, levam moradores a invadirem áreas particulares; os governos “facilitam”; os políticos “apoiam”; o caso vai para Justiça, que não poderia tomar outra decisão se não retornar a área para o legal proprietário; os moradores se revoltam; os políticos se aproveitam, ora dando uma de assistencialismo ou para atacar a oposição; e assim a maior e única vítima desta situação fica para população que continua de onde parou: sem lugar para morar. E os políticos vão atrás de outros “trouxas” para aproveitar e angariar votos. |
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