2/2/2012 10:59Prefeito de Ilhabela está preocupado que vazamento de petróleo possa prejudicar turismo |
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Beatriz Rego
A Petrobras emitiu um comunicado oficial à imprensa informando que o vazamento detectado na projeção de Ilhabela, na manhã da última terça-feira, foi controlado e assegurou que não há possibilidade do petróleo chegar à costa brasileira. De acordo com a estatal, o vazamento detectado foi em decorrência de um rompimento na coluna de produção da Unidade Flutuante de Produção, de Armazenagem e Transferência, (FPWSO Dynamic Producer), que está localizado a cerca de 300 quilômetros da costa do Litoral Norte, na projeção de Ilhabela. O equipamento está localizado a uma profundidade de 2.140 metros. Conforme a nota, o navio-plataforma realizava o Teste de Longa Duração (TLD) de Carioca Nordeste, no pré-sal da Bacia de Santos. E o poço encontrava-se em produção com um sistema de monitoramento e registro contínuo. A empresa relatou que, imediatamente, após o rompimento, o sistema de segurança fechou automaticamente o poço. A Petrobras fez questão de ressaltar que o poço está fechado e em condições seguras, e não oferece mais riscos de novos vazamentos. Segundo uma estimativa preliminar da estatal, existe a possibilidade de terem vazado aproximadamente 160 barris de petróleo no oceano. No momento do acidente ambiental, a Petrobras acionou seu Plano de Emergência, no qual foram mobilizados todos os recursos necessários para o recolhimento do petróleo no mar e do petróleo residual da parte superior da coluna. A Companhia já comunicou oficialmente a ocorrência à Marinha do Brasil, Ibama e Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). As causas do vazamento estão sendo investigadas.
Ibama sobrevoa área atingida
O Instituto Brasileiro do Meio-Ambiente e Recursos Naturais (Ibama) declarou que enviou na manhã de ontem dois analistas ambientais para realizar um sobrevoo na área para avaliar a adequada implementação do Plano de Emergência e a dimensão do vazamento. Outros técnicos também foram enviados à Sala de Gestão da Emergência da Petrobras em Santos, na Baixada Santista, para mais investigações. O Ibama revelou que foi notificado pela estatal na manhã do incidente sobre o vazamento, que aconteceu durante o Teste de Longa Duração (TLD) de Carioca Nordeste, operado pelo FPSO Segundo o comunicado da empresa, houve a ruptura do equipamento riser que conecta a plataforma à cabeça do poço no fundo do mar, com a consequente liberação de 33 metros cúbicos de petróleo cru no ambiente marinho, em uma primeira estimativa. De acordo com o Ibama, a Petrobras informou que o conjunto de válvulas que fica na cabeça do poço funcionou a contento, fechando o poço instantaneamente. Assim, o volume de óleo descartado no mar teria sido apenas o preenchimento do “riser” que se rompeu. O Instituto foi informado pela estatal que o Plano de Emergência foi acionado e que as atividades de contenção e recolhimento do óleo vazado estão sendo realizados por duas embarcações de atendimento à emergência (oil recovery). E ressaltou que o TLD de Carioca Nordeste está regularmente licenciado pelo Ibama (Licença de Operação 1046/2011) e que o Plano de Emergência Individual da plataforma é uma condicionante da licença. Além do contato telefônico com os responsáveis pela resposta ao vazamento, o Ibama enviou imediatamente dois técnicos para a Sala de Operações de Emergência da Petrobras em Macaé, no Rio de Janeiro, para acompanhar os trabalhos de recolhimento do óleo. A produção através do FPSO Dynamic Producer no TLD de Carioca Nordeste está suspensa e a empresa só poderá retomar a produção mediante autorização do Ibama após apuração das causas do acidente e do dimensionamento das consequências ambientais decorrentes.
Marinha instaura inquérito
A Marinha declarou também que a Capitania dos Portos do Rio de Janeiro instaurou um inquérito administrativo para apurar o vazamento de óleo. A conclusão do inquérito deve ser divulgada em até 90 dias. De acordo com a Marinha, foi enviada ao local a fragata Niterói, com um helicóptero a bordo, para verificar as ações executadas na área. A ideia, segundo a Marinha, é observar a extensão da mancha de óleo, fazendo registros em filmadora e máquina fotográfica. Um grupo de acompanhamento monitora as operações na região e avalia as ações da Petrobras.
Arquipélago em alerta
Toninho Colucci (PSC), prefeito de Ilhabela e presidente da Associação dos Municípios Produtores de Gás Natural, Petróleo, Possuidores de Gasodutos, Oleodutos, Áreas de Tancagem e Estação de Bombeamento no Estado de São Paulo (Amprogás) mostrou-se bastante preocupado com o vazamento de petróleo na Bacia de Santos, que se encontra na projeção do arquipélago. Para ele a situação é de alerta, pois o município nada mais é do que uma ilha, cercada de água por todos os lados, e caso o óleo chegue à costa, irá prejudicar muito a população. “Apesar de a Petrobras ter nos afirmado que o vazamento foi pequeno e que já estaria controlado, não podemos esquecer que aqui diversas comunidades sobrevivem estritamente de atividades artesanais relacionadas ao mar, como a pesca, o cultivo e o mergulho. Sendo assim, qualquer impacto ambiental que venha a prejudicar o ecossistema, com certeza, trará ônus ao município”. Segundo Colucci o acidente ambiental foi destaque em todos os meios de comunicação do país, e indiretamente isto acaba afetando a economia da cidade, pois muitas pessoas evitam vir ao local com medo de alguma contaminação. “Não podemos esquecer que estamos a 15 dias do carnaval, que é um momento econômico importantíssimo para o município. E esta exposição sobre o vazamento pode acabar afastando os turistas”.
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