Cães errantes vêm incomodando população na Vila







Zoonoses já identificou os animais, que são em sua maioria semidomiciliados, e conversou com seus “donos” para que tomem providências; Cão preto que agrediu funcionária da Câmara será reconhecido por
Thereza Felipelli


Cães errantes que vivem pelas proximidades do Shopping São Paulo, na Vila, têm atacado as pessoas que por ali passam frequentemente. Na última terça-feira, ao passar pelo local conduzindo sua motocicleta, uma funcionária da Casa de Leis ilhéu, Luzineide (Heide) Souza Santos, 40 anos, recepcionista, foi atacada por um desses animais, um cachorro preto, sofrendo alguns ferimentos na perna. A presidente da Câmara, Gracinha Ferreira, chegou a enviar um ofício à Divisão de Zoonoses da Prefeitura solicitando providências relativas a esses cães. No sábado, outra pessoa foi atacada pelo mesmo cachorro, no mesmo local. De acordo com informações de funcionários do comércio local, essa situação tem sido recorrente.
“Em frente à lanchonete Borrachudo na Vila ficam dois cachorros pretos com boa aparência, não parecem ser cachorros de rua. Um desses cachorros me atacou, eu que já havia terminado minha jornada de trabalho, estava cansada querendo muito a minha casa, tive que ir ao Pronto Socorro, pois estava com uma mordida na perna”, reclamou. “Na hora do acontecido as pessoas que no local pararam informavam que o cachorro não tinha dono, mas no momento do atendimento no PS ligaram na recepção do mesmo informando que os cachorros eram vacinados”, relatou Heide. “Se os cachorros não tem dono como sabem que ele é vacinado? Onde está a fiscalização desses animais que ficam soltos na rua? Quem devemos procurar para tomar providências?”, perguntou a recepcionista. Segundo ela, outras pessoas têm passado pelo mesmo apuro há muito tempo. “Só tomarão providências na hora que acontecer algo mais sério?”, questionou.
A artesã Sonia Moraes, 60 anos, contou já ter presenciado cenas como essa várias vezes. “Esses cachorros vivem provocando os cães devidamente encoleirados, que passeiam com seus donos. São provocadores de brigas e não adianta tocá-los, pois ficam encarando. Como estão sempre aqui na Vila, significa que seus ‘donos’ moram por aqui”, disse a artesã.


Providências
O vereador Luizinho da Ilha (PCdoB) entrou em contato com Olga Loureiro, do Centro de Zoonoses da cidade, e lhe enviou fotos dos animais.
Ontem, juntamente com a equipe da Vigilância Sanitária de Ilhabela, Olga foi até a Vila para identificar todos os cães que por lá estão circulando.
Segundo ela, um dos cães, uma cadela preta com a ponta do rabo branca, é castrada, microchipada, vermifugada e vacinada. Trata-se de um animal comunitário (várias pessoas cuidam, alimentam) que circula entre o Perequê e a Vila. O outro cão que incomoda a população é um macho tricolor de olho azul que também é comunitário, vacinado, e circula na Vila. “Ele se chama Lume e tem proprietários, João e Silvana, que acertaram em levá-lo para a Praia do Eustáquio, devido à dificuldade de contenção do animal”, contou. Um terceiro cão denunciado é um peludinho que também circula na Vila e é vacinado. “Esse cão é de responsabilidade da Evangelina, de uma loja de turismo onde tem o caixa eletrônico. Ela que cuida e alimenta ele, que se chama Estopa, e concordou em não mais alimentá-lo e tentar adoção”, avisou Olga. Um outro cachorro que aparece nas fotos é marrom e branco e se chama Rex. “É do Marcos Carvalho, da loja Relicário Santo Antonio, que foi orientado para contê-lo em sua propriedade. Ele também é vacinado”, contou Olga, que informou que as vítimas devem procurar o posto de saúde para orientações, informando qual foi o motivo da mordedura, ataque, susto, confusão. Quanto ao cão, se for um desses com acompanhamento, a pessoa deve procurar os envolvidos para observação do animal e se possível contenção do mesmo e, posteriormente, frisar que é indesejável alimentar animais de rua, sendo preferível adotá-los.
Ainda de acordo com Olga, um outro cão, cinza, vai para São Paulo esta semana. “Diminuiu muito o número de cães soltos principalmente na Vila, mas a proposta de trabalho é a médio e longo prazo”, disse ela. “As ações realizadas, junto com a conscientização da população, conseguirão realizar um efetivo controle populacional de animais. A nossa meta desde que iniciamos em janeiro de 2010 foi de evitar ninhadas abandonadas e matilhas, o que já conseguimos controlar. Quanto à presença de animais ainda soltos em via pública, isso levará um prazo maior, pois a comunidade ainda mantém a conduta de alimentar animais em via pública e criá-los semidomiciliados (criados com livre acesso à rua)”, declarou Olga, que entrou em contato com Heide, para que ela reconheça o cachorro que a atacou para que sejam efetuadas as devidas ações, visando minimizar futuras agressões.


Foto: Divulgação

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