Castelhanos terá limite de acesso de veículos ainda este ano







Nova Portaria da Fundação Florestal deverá permitir um número máximo de 110 veículos por dia
Thereza Felipelli


A Fundação Florestal (FF) deverá limitar, em breve, o acesso de veículos à Praia de Castelhanos, em Ilhabela. Será publicada ainda este mês uma Portaria com as novas regras do Plano de Operação da Estrada que dá acesso ao local, em trecho interno do Parque Estadual Ilhabela (PEIb). A nova operação da Estrada visa, principalmente, garantir a segurança dos usuários, minimizar os impactos ambientais no Parque Estadual, e incentivar a economia do turismo sustentável, envolvendo o trade turístico e a comunidade tradicional, além de buscar a preservação da cultura local.
O acesso à praia se dá através de uma estrada de terra de 26km que passa no interior do Parque Estadual de Ilhabela e, nos finais de semana, uma grande quantidade de carros, motos e jipes com turistas, costumam aproveitar as belezas do local.
E quantos carros serão permitidos por dia? “”Estamos em fase final de estabelecimento desta quantidade, que será baseada na capacidade de suporte da estrada, bem como no número de vagas do estacionamento a ser implantado e será divulgado na nova Portaria”, diz a FF. No entanto, a gestora ambiental Gilda Nunes, conselheira do Parque Estadual, adianta: “O número deve girar em torno de 110 veículos, incluindo os jipes”. Segundo Gilda,a limitação se dará em função da área disponível para estacionamento de veículos. “Os carros não poderão estacionar na praia, aliás isso já é proibido por lei. Várias oficinas já foram feitas no Conselho do Parque e com muita participação da comunidade, trade turístico, entre outros. Esta é uma Estrada- Parque, com foco na preservação”, destacou. Segundo a FF, tal controle será definitivo e as normas de operação serão constantemente avaliadas e, caso necessário, serão feitos ajustes. Os horários de funcionamento do local, também de acordo com a FF, ainda serão determinados e publicados na nova Portaria.
O controle será operacionalizado por uma empresa especializada e sua contratação encontra-se em trâmite licitatório na Fundação. “O controle contará com sistemas informatizados, com ganhos tecnológicos e organizacionais aos usuários. Deve-se ressaltar que a gestão e a definição das regras de uso da Estrada são de atribuição da Fundação Florestal”, informa a FF. O descumprimento das normas das unidades de Conservação caracterizará infração ambiental e serão adotados os procedimentos legais de fiscalização. No caso de jipeiros, a sanção poderá chegar ao descredenciamento dos mesmos.


População está dividida quanto a critérios para limite de acesso de veículos
Os moradores de Ilhabela estão divididos quanto à novidade. O fotógrafo de Ilhabela Marcelo Dutra está contente com as mudanças: “Adorei a notícia”, disse. A psicóloga Monica Cuono, 50 anos, também é a favor. “O acesso das pessoas está garantido, a restrição é para veículos. Eu sou favorável à preservação da trilha, da praia e da comunidade, mesmo que isso dificulte ou impossibilite a minha ida no dia e no horário que desejaria. É uma questão de pensar primeiramente no bem maior e depois no umbigo”, declarou.
“Há vários parques no Brasil com acesso restringido e cobrando pelo uso. Por que não o nosso? Eu sou totalmente favorável à restrição do número de veículos E de pessoas. O parque tem uma capacidade, a praia tem uma capacidade. O sistema sanitário tem uma capacidade. É respeitar e ponto”, comentou a arquiteta Isabella Rusconi.
Carlos Pedro Sant’Ana concorda também: “É engraçado ver tanta gente indignada com o limite de acesso, mas ninguém fala da sujeira que deixam na estrada, da velocidade e grosseria dos condutores, da selvajaria dos turistas na praia ou do funk bombando das caixas de som com rodas”, opinou.
O caiçara Thiago Motta, estudante, concorda com a maioria dos pontos, mas acredita que limitar o acesso ao caiçara local seria “uma absurda falta de bom senso”.
Já o engenheiro químico Maurício Grimaldi, 48 anos, ressalta que as regras devem ser bem claras antes de qualquer medida a fim de evitar abusos e benefícios somente a alguns. “É preciso avaliar de todos que lá residem, quantos realmente são caiçaras nativos no local e quantos são migrantes, posseiros, donos de terras e outros. Além disso, é preciso saber quanto essa restrição vai impactar o turismo da ilha como um todo, quantos e quem serão aqueles que serão agraciados explorando as poucas vagas de acesso e a que preço, qual seria o montante a ser investido para se ter estrutura adequada, mão de obra qualificada a coibir abusos de forma a manter o local adequado e com acesso mais pessoas sem impactar algumas pessoas que sobrevivem lá desse fluxo de pessoas, e avaliar qual a melhor forma alternativa de acesso ao se retirar os veículos a fim de não ficarmos nas mãos de uma empresa privada ou de grupos que vão explorar esse acesso”.
O professor Christian Rocha, 40 anos, acredita que precisa ficar claro (e organizado) se o objetivo é preservar a Baía de Castelhanos ou apenas a estradinha. “É bem comum e fácil o Estado criar restrições com as melhores intenções e a coisa se tornar o estopim para a criatividade humana, o que, no fim das contas, piora a situação. Restrições desse tipo podem incentivar jipes maiores e o acesso via barco/lancha”, destacou.Há também quem seja totalmente contra a medida. “Fui três finais de semanas seguidos e não tinha sujeira nenhuma na estrada, até achei estranho. A Praia Grande lota e ninguém fala nada, o Curral lota e ninguém fala nada, Jabaquara está aberta e ninguém fala nada, por que só Castelhanos?”, perguntou o agente comercial William Vieira, que não é a favor da limitação, mas sim de uma opção onde todos possam ir e vir. (T.F.)


Ideia de limitar o número de veículos é antiga, diz coordenador de GT da Estrada Parque
O coordena o Grupo de Trabalho focado na Estrada Parque, Marcelo Batista de Oliveira – que também é proprietário de um receptivo turístico – conta que esse projeto de limitação de veículos à Praia de Castelhanos é antigo. “Já se pretende há tempos arrumar a estrada e implantar uma forma de controle de acesso de veículos. Já temos trabalhado e montado parcerias. O projeto do parque de forma geral é até do GT, pra que Castelhanos não seja destruída. Precisamos.manter o local preservado e não urbanizar tanto, e essa limitação vai ajudar bastante”, comentou Oliveira.
Segundo ele, o projeto está, inclusive, atrasado, porque a estrada já está pronta. “Tem muitos veículos indo pra lá e isso têm gerado muitos riscos. Em 30 dias isso já deve estar resolvido, ainda haverá conversa com a Prefeitura, com todo o trade turístico e com a população, até porque ninguém tem ainda informação de como isso vai ser. De qualquer forma, a maioria concorda com a limitação e se preocupa com a preservação do local, além do seu próprio trabalho. Precisamos conversar pra resolver pelo melhor pra todos e pra natureza. E pra isso todo mundo tem que ceder um pouco”, acrescentou Oliveira. (T.F.)




Foto: Jorge Mesquita/ IL

Comentários

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