Parque Estadual anuncia plano de metas para 2015




Parque Estadual anuncia plano de metas para 2015
Em reunião do conselho, diversas dificuldades são apontadas e a dificuldade de aprovação no Plano de Gestão e Manejo do parque continua
Daniela Malara Rossi


Gestores do Parque Estadual de Ilhabela (PEI) anunciaram, na semana passada, o novo plano de metas da entidade para 2015, durante reunião do conselho, representado pelo setor público e privado e pelas comunidades caiçaras. Entre os itens referidos estão a compra de um veículo 4X4, inclusão de tratamento de esgoto nas guaritas do parque, reforma do alojamento dos pesquisadores, localizado no bairro do Itaguaçu, criação de uma guarita na Praia de Castelhanos, ampliação do quadro de funcionários, projeto de capacitação sobre coleta de resíduos na Praia da Figueira, entre outras ações que visam ampliar a capacidade proteção da área de preservação do município.
O novo direcionamento visa à resolução das diversas dificuldades de gestão apresentadas pelos responsáveis pelo PEI, que não possui uma base da Polícia Ambiental e conta com apenas seis funcionários administrativos e cinco guardas para cuidar de uma área com mais de 27 mil hectares, correspondente a quase 90% do território municipal e que inclui 12 ilhas, três ilhotes, três lajes e um parcel. A falta de estrutura também chama atenção, já que a unidade não possui nenhuma embarcação para ronda marítima e, dentre os quatro veículos terrestres que existem atualmente, apenas um está em funcionamento.
O Plano de Gestão e Manejo do parque, documento que legalizaria as mudanças reivindicadas ao governo estadual, foi encaminhado há alguns anos para o Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema), mas continua sem uma resposta definitiva. De acordo com a gestora do parque, Joana Fava Cardoso Alves, o plano já passou pela comissão de biodiversidade e pela Procuradoria Geral, que pediu mais alterações no documento. “Vamos finalizar a redação até o dia 24 de novembro para que entre na pauta da Câmara Temática e chegue ao Plenário do Consema no início de dezembro”, afirmou ela.
Um dos pontos destacados foi a desinformação por parte população local. De acordo com dados apresentados na reunião, 40% dos moradores de Ilhabela desconhece a existência do parque estadual. De acordo com o conselho, esta situação contribui para aumentar o grau de dificuldade de preservação. “Além das limitações técnicas, ainda temos que lidar com a falta de consciência ambiental das pessoas. Neste sentido, estamos apostando nas campanhas de educação, especialmente no programa que estamos realizando com as crianças nas escolas”, explicou o colaborador do Instituto Ilhabela Sustentável, Edmilson Gonçalves.
O gestor ambiental e ex-funcionário do parque vem realizando uma campanha de educação infantil que atendeu 1.468 crianças em dois meses. Por meio da apresentação de cartilhas, peças de teatro e filmes o projeto leva informações sobre preservação ambiental às escolas. “A conscientização na infância é muito mais efetiva, devemos começar por nossas crianças”, disse ele.
Crimes ambientais - As campanhas continuam, mas a incapacidade de monitoração ainda dá margem para diversas atividades ilegais, como o tráfico de plantas e animais silvestres e a caça ilegal. O presidente do PEI, Ítalo Mazzarella, conta que estes crimes envolvem até mesmo a economia do país, pois se tratam de atividades muito lucrativas e também perigosas. “O tráfico de animais só é menos lucrativo que o tráfico de drogas no Brasil e, falando da região, o Litoral Norte é campeão no tráfico de orquídeas e bromélias. Este quadro exige, além de nossa fiscalização, também o envolvimento policial, pois entra na questão da segurança”, analisou Ítalo.
Outra atividade recorrente em unidades de preservação, especialmente no arquipélago, é a caça. No final do mês de julho, guardas do parque encontraram uma rede de ranchos de caça a mais de mil metros de altitude, em tocas próximas à Trilha do Estevão, que liga a estrada de Castelhanos à praia do Bonete. Após denúncias de moradores, foi encontrado um acampamento com uma estrutura completa para realização de atividades de caça ilegais. Colchões, sacos de dormir, vestimentas, munições e mais de 10 panelas indicam que o grupo era grande, segundo informações passadas por guardas que participaram da operação de forma voluntária. Eles contam que a dificuldade de fiscalização é grande e a questão da segurança os assusta, muitos funcionários têm medo de possíveis confrontos com os caçadores.

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