Comunidade do Bonete reivindica melhores condições de ensino
Comunidade do Bonete reivindica melhores condições de ensino
Secretaria de Educação dá um prazo de 15 dias para resolver os problemas levantados por pais e professores da comunidade
Movimento pede merendeira, faxineira e água potável para a escola, entre outros itens
Daniela Malara Rossi
daniela@imprensalivre.com.br
Após um protesto organizado por moradores da comunidade tradicional da Praia do Bonete, localizada no sul do arquipélago, por melhorias nas condições da escola do bairro, a Secretaria de Educação de Ilhabela analisou os itens colocados e deu um prazo de 15 dias para solucionar os problemas levantados.
O grupo, composto por pais e professores, pede a contratação de uma merendeira, uma faxineira e a implantação de bebedouros com água potável para as crianças, além da separação de turmas por faixa etária, criação de uma creche e contratação de assistentes para auxiliar os alunos, entre outros itens. As reivindicações foram entregues junto a um abaixo-assinado com cerca de 50 nomes, o que corresponde a um apoio de 20% da população.
Existe, atualmente, uma média de 250 habitantes, 70 estudantes e sete professores na comunidade. Segundo os professores, a questão da criação de uma creche é importante, pois cada idade precisa de estratégias de ensino específicas, especialmente os bebês.“A mistura das séries atrasa o desenvolvimento dos alunos em idade mais avançada”, explicou o grupo. Além disso, a falta de um profissional responsável pela merenda está impedindo que as aulas sejam integrais. Hoje, as crianças estão sendo enviadas para casa antes do almoço por falta de alguém para servir os lanches. Mães de alunos afirmaram que estão trabalhando voluntariamente para ajudar a escola, mas que, ainda assim, “as dificuldades são grandes”, contaram elas.
De acordo com a secretária de Educação do município, Lídia Sarmento, a situação foi avaliada pontualmente junto aos representantes da comunidade, em uma reunião realizada nesta sexta-feira, e os problemas deverão ser sanados nas próximas semanas. Ela conta que os dois funcionários públicos efetivos que existem na comunidade já foram deslocados para auxiliar, temporariamente, os trabalhos na escola e que foi determinada a criação de um processo seletivo local para contratação de pessoal. “É importante que os profissionais sejam da própria comunidade para evitar custos para quem é de fora e para estimular o emprego localmente. Vamos preparar um concurso público de urgência e desmembrar as turmas, além disso, os professores já levaram alguns materiais daqui. Estudamos a situação e, dentre 17 itens levantados, 15 pontos devem ser solucionados em 15 dias”, afirmou ela.
Pais de alunos contam que a área da educação sempre enfrentou dificuldades e que as resoluções prometidas devem impactar diretamente na qualidade de vida da comunidade. “A educação no Bonete nunca foi uma prioridade, mas este ano a situação tem piorado. O diretor da escola não visitou as instalações nenhuma vez em 2015, mas esperamos que este protesto nos traga as respostas que precisamos”, analisa o pai de uma das alunas, Waldir Correa dos Santos Junior, marinheiro de 34 anos.
Acidente
Na semana passada, uma menina de três anos sofreu um acidente no parque da escola e quebrou o cotovelo ao cair do escorregador. A mãe, Denise de Castro Tavares, 29 anos, conta que se distraiu por um momento, durante a reunião de pais e mestres e a filha correu para fora, onde não havia ninguém para olhar as crianças que ali brincavam.“Agora, preciso vir para cá fazer o tratamento da minha filha, pois não existem médicos no Bonete, mas não tenho condições financeiras para bancar as viagens”, conta a diarista, que tem mais dois filhos.
Foto: Daniela Malara Rossi/ IL
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