O Fenômeno da Ilha
O Fenômeno da Ilha
João Pedro Néia
Esporte
O atleta ilhabelense comemora o bicampeonato pan-americano no último domingoArquivo Pessoal
Douglas Leão já conquistou 17 medalhas em 2015 e quer mais
Por João Pedro Néia
Quando Douglas de Jesus Santos deixou Ilhabela rumo a Santos, para cursar a faculdade de Farmácia, em janeiro de 2005, já carregava consigo a vocação para os esportes de luta. Então com 17 para 18 anos, treinava caratê desde os 12. Na cidade do litoral sul, enveredou também pelo Muay Thai. De volta a Ilhabela, conheceu o Jiu Jitsu pelas mãos do professor Kevin Albertini. O ano era 2011, e o arquipélago começou ali a ganhar um dos atletas mais bem sucedidos de seus anos recentes.
De janeiro de 2012, data do primeiro título, até o último domingo (20), quando conquistou o bicampeonato Pan-americano, já foram mais de 50 medalhas e a participação nos principais campeonatos de Jiu Jitsu, como mundial, pan-americano, brasileiro e sul-americano. Incluindo uma disputa frustrante no campeonato europeu, em Portugal, onde uma lesão no músculo adutor da virilha, logo na primeira luta, impediu o atleta de voos mais altos dentro da competição.
Hoje aos 28 anos, Douglas Leão (nome pelo qual é conhecido no circuito) dá aulas de Jiu Jitsu para 12 alunos enquanto treina pesado para continuar evoluindo na carreira. O fato de ter começado tarde no esporte, com quase 24 anos, cria algumas dificuldades para o faixa azul, que nos campeonatos enfrenta atletas que treinam desde criança. O lutador continua seu caminho rumo à cobiçada faixa preta, que pode levar de 8 a 12 anos.
Mas o filho de Seu Didi (um ex-jogador do Beiramar de Ilhabela) e Ana Márcia (funcionária da Secretaria de Educação há 33 anos) garante que "enquanto estiver treinando bem e competindo em alto nível", está feliz.
A família, por sinal, é o grande suporte de Douglas, que vive em Santos, onde treina na Zenith BJJ, uma equipe que atrai lutadores de padrão mundial, e que permite ao atleta estar em contato com o que há de melhor na modalidade. Sempre que está em casa, porém, Douglas treina no Dojô Ilhabela, local onde tudo começou. O amor pela terra natal Douglas demonstra a cada vez que sobe ao pódio, enrolado na bandeira de Ilhabela. "A bandeira que defendo é a da minha cidade, eternizei isso tatuando na perna o mapa da Ilha e a coroa que representa a bandeira", diz.
Especialista na Kimura (golpe em que o lutador exerce pressão sobre o ombro do adversário, na direção contrária ao movimento natural da articulação), Douglas montou um espaço em sua casa, em Santos, onde descontrai e faz treinos leves, sempre ao lado da companheira, Jessica. "Além de minha mulher, ela é minha aluna, massagista, coach, torcedora, sparring, cinegrafista (risos). Ela me ajuda muito em todas as competições, sem ela seria muito difícil", afirma Douglas.
Confira a seguir a entrevista com o lutador caiçara, que agora busca apoio para a disputa de um importante campeonato nos EUA.
Tamoios News - Com que idade começou a treinar jiujitsu?
Douglas Leão - Infelizmente comecei a treinar um pouco tarde, 3 meses antes de completar 24 anos, o que torna muito complicado lutar com atletas que começaram ainda crianças e têm, muitas vezes, mais que o dobro de experiência do que eu dentro do tatâme. Mas com jeitinho dá pra bater de frente e às vezes levar.
T.N. - Como foi a escolha pelo Jiu Jitsu?
D.L. - Comecei a praticar artes marciais (caratê) quando tinha 12 anos e treinei por volta de 5 anos até me mudar pra Santos onde cursei faculdade de Farmácia. Já em Santos comecei a treinar Muay Thai e depois de me formar e voltar pra Ilhabela, dei continuidade nos treinos com o professor Bruno Grohmann. Em 2011 fui levado ao Jiu Jitsu pelo próprio Bruno e comecei a treinar no Dojô Ilhabela com o Sensei Kevin Albertini, acabei me apaixonando pelo esporte. Na minha estreia fui campeão do Ubatuba Summer Fight de Submission, em Janeiro de 2012, e em abril fui campeão do Fighters of Gold de Muay Thai. Foi quando eu tomei a decisão, aprovada meu pelo professor, de procurar uma equipe maior. Vim morar em Santos para treinar com o Mestre Rodrigo Cavaca, que é faixa preta 3 graus, já foi diversas vezes campeão Mundial, Europeu, Brasileiro, e foi o professor do maior atleta de Jiu Jitsu atualmente que é o Marcus Buchecha.
T.N. - Conte um pouco da sua rotina de treinamentos.
D.L. - Eu faço em torno de 3 a 4 treinos por dia, divididos em um treino de preparação física, que faço na Academia Incorpore, uma das minhas patrocinadoras, e outros dois ou três treinos na matriz da Equipe Zenith aqui em Santos; sempre dividindo em um treino de Submission (Jiu Jitsu sem quimono) e um ou dois de Jiu Jitsu. Saio direto pra academia Evolution, onde dou aula das 22h às 23h30.
T.N. - Você consegue viver do esporte?
D.L. - Vivo exclusivamente do esporte. Dou aulas, o que me ajuda a pagar meus treinos, recebo apoio da Creperia N'areia, de Ilhabela, e da Semag Topografia, de Santos, com uma ajuda financeira. Meus pais me apoiam em tudo e agora estou tentando começar a vender material esportivo pra ver se consigo uma renda extra. Não preciso de muito para ser feliz, tendo dinheiro para comer, treinar e competir, estou de bem com a vida (risos).
T.N. - Qual a principal diferença entre o Jiu Jitsu e o Submission (Jiu Jitsu sem quimono)?
D.L. - Eu comecei no Jiu Jitsu pensando em entrar no MMA (Mixed Martial Arts), portanto no começo dei mais foco aos treinos sem pano e fui naturalmente me aperfeiçoando nesse estilo. Mesmo sendo parecidos, o Submission e o Jiu Jitsu são esportes completamente diferentes. No Submission os golpes são muito mais difíceis de encaixar, porque os atletas começam a suar e fica tudo muito escorregadio e dinâmico, os golpes têm que ser perfeitos para que haja a finalização. A vontade e o "coração" contam muito. Já no Jiu Jitsu de pano o leque de golpes é muito maior, porque você pode contar com a utilização das lapelas, os atletas conseguem "amarrar" um pouco mais a luta.
T.N. - Quais os principais títulos que você conquistou até hoje?
D.L. - Meus principais títulos são: Campeão Mundial de Submission, Campeão do World Unified, Bicampeão Pan-americano, Campeão Nacional de Submission, Bicampeão do SP International Open NOGI, Campeão Paulista Absoluto, Campeão Paulista Sem Kimono, Pentacampeão da Copa Paulista sem Kimono e Campeão da Copa Internacional e do Campeonato Internacional, além de alguns Campeonatos Regionais.
T.N. - Você acredita que o MMA (o UFC, principalmente) deu maior visibilidade ao Jiu Jitsu no Brasil?
D.L. - Com certeza. Os Gracie criaram o UFC e provaram nas primeiras edições, onde as disputas eram de Arte contra Arte, que o Jiu Jitsu era a mais completa. Depois de mostrarem a superioridade do BJJ (Brazilian Jiu Jitsu), todos os outros atletas começaram a praticar o Jiu Jitsu. Daí veio o grande crescimento de praticantes, tanto no Brasil quanto no mundo.
T.N. - 2015 tem sido um ano de muitas conquistas. Quantas medalhas você já ganhou este ano?
D.L. - Ganhei um total de 17 medalhas até aqui. Estou cada vez mais maduro e com mais experiência em campeonatos, o que conta muito nas disputas. Ano passado ganhei 16 medalhas e coloquei como meta chegar a 24 medalhas em 2015. Infelizmente tive duas lesões esse ano (joelho e dedo) que me deixaram fora dos treinos e competições por 3 meses. Mas ainda tenho alguns campeonatos e se Deus quiser conseguirei alcançar a meta, ou chegar bem perto dela.
T.N. - Recentemente você teve uma lesão no dedo durante um torneio e você foi campeão lutando machucado. Como foi isso?
D.L. - Sim, aconteceu no primeiro minuto da primeira luta da Etapa de Inverno do Circuito Mandala. Continuei lutando e sofri de 5 a 6 luxações seguidas durante a luta, mas mesmo lesionado, graças a Deus consegui a vitória.
T.N. - Como foi sua recuperação?
D.L. - Tive que me afastar completamente dos treinos de jiu jitsu, mas mantive meus treinos físicos com treinos aeróbicos e de fortalecimento para as pernas. Ainda não estou 100%, comecei o tratamento com terapia ocupacional pra tentar voltar à função perfeita do dedo que ainda está muito torto. Nos treinos e competições eu faço uma amarração com esparadrapo que me deixa tranquilo pra poder competir sem medo.
T.N. - Sobre o campeonato mundial e o regional NoGi, nos EUA. Você já tem confirmação se vai disputar esses campeonatos?
D.L. - Ainda não dei entrada nos papéis para o visto. O dólar está muito alto, e como as taxas são todas cobradas na moeda americana, o custo está muito alto, mas estou correndo atrás pra ver se consigo um apoio para arcar com os gastos. No Brasil é muito difícil conseguir apoio financeiro. Caso contrário, só conseguirei lutar lá no ano que vem.
T.N. - Você tem apoio da prefeitura?
D.L. - Contei com o apoio da prefeitura para muitos campeonatos entre o meio de 2012 e o final de 2014, quando a lei de bolsa atleta municipal foi aprovada. Mas por burocracia até hoje não conseguiram implantar e o apoio financeiro em 2015 veio somente em um campeonato que disputei no Rio de Janeiro e apenas com uma pequena parte dos gastos. O pessoal da Secretaria de Esportes tem corrido atrás, mas a burocracia do jurídico acaba atrapalhando. Minha esperança é conseguirem implantar essa Lei, o que ajudaria não só a mim, mas a muitos outros atletas de alto rendimento que representam a Ilha.
T.N. - Como é o apoio da sua família?
D.L. - O apoio é total. Meus pais me apoiam em tudo e até hoje são meus principais patrocinadores com as despesas de campeonatos e são também meus fãs número 1. No meu dia a dia conto também com o apoio da minha mulher, Jéssica, que me ajuda em tudo na rotina do dia a dia, além de ser minha aluna e parceira de treino.
T.N. - Qual sua melhor lembrança no esporte?
D.L. - Ah, tenho diversas! Mas acho que a mais marcante foi quando ganhei o Campeonato Paulista Absoluto em 2012; estava sozinho no ginásio e foi meu primeiro grande título. Só lembro de ligar pra minha mãe depois da final e chorar muito de alegria; de lá pra cá já conquistei diversos sonhos que tinha dentro do esporte e tenho certeza que ainda conquistarei muito outros.
T.N. - Aproveite, então, para agradecer aos seus apoiadores.
D.L. - Eu gostaria de agradecer aos patrocinadores. Restaurante Santa Planta, a Incorpore Academia, a Rede Nutri Suplementos Alimentares, a Creperia N'areia, a Semag Topografia, ao comerciante de Ilhabela Luiz Lobo, que me ajudou financeiramente para o pan-americano, onde conquistei o bicampeonato nesse final de semana, em São Paulo, e aos meus pais, minha mulher e todos que torcem por mim.
Esporte
O atleta ilhabelense comemora o bicampeonato pan-americano no último domingoArquivo Pessoal
Douglas Leão já conquistou 17 medalhas em 2015 e quer mais
Por João Pedro Néia
Quando Douglas de Jesus Santos deixou Ilhabela rumo a Santos, para cursar a faculdade de Farmácia, em janeiro de 2005, já carregava consigo a vocação para os esportes de luta. Então com 17 para 18 anos, treinava caratê desde os 12. Na cidade do litoral sul, enveredou também pelo Muay Thai. De volta a Ilhabela, conheceu o Jiu Jitsu pelas mãos do professor Kevin Albertini. O ano era 2011, e o arquipélago começou ali a ganhar um dos atletas mais bem sucedidos de seus anos recentes.
De janeiro de 2012, data do primeiro título, até o último domingo (20), quando conquistou o bicampeonato Pan-americano, já foram mais de 50 medalhas e a participação nos principais campeonatos de Jiu Jitsu, como mundial, pan-americano, brasileiro e sul-americano. Incluindo uma disputa frustrante no campeonato europeu, em Portugal, onde uma lesão no músculo adutor da virilha, logo na primeira luta, impediu o atleta de voos mais altos dentro da competição.
Hoje aos 28 anos, Douglas Leão (nome pelo qual é conhecido no circuito) dá aulas de Jiu Jitsu para 12 alunos enquanto treina pesado para continuar evoluindo na carreira. O fato de ter começado tarde no esporte, com quase 24 anos, cria algumas dificuldades para o faixa azul, que nos campeonatos enfrenta atletas que treinam desde criança. O lutador continua seu caminho rumo à cobiçada faixa preta, que pode levar de 8 a 12 anos.
Mas o filho de Seu Didi (um ex-jogador do Beiramar de Ilhabela) e Ana Márcia (funcionária da Secretaria de Educação há 33 anos) garante que "enquanto estiver treinando bem e competindo em alto nível", está feliz.
A família, por sinal, é o grande suporte de Douglas, que vive em Santos, onde treina na Zenith BJJ, uma equipe que atrai lutadores de padrão mundial, e que permite ao atleta estar em contato com o que há de melhor na modalidade. Sempre que está em casa, porém, Douglas treina no Dojô Ilhabela, local onde tudo começou. O amor pela terra natal Douglas demonstra a cada vez que sobe ao pódio, enrolado na bandeira de Ilhabela. "A bandeira que defendo é a da minha cidade, eternizei isso tatuando na perna o mapa da Ilha e a coroa que representa a bandeira", diz.
Especialista na Kimura (golpe em que o lutador exerce pressão sobre o ombro do adversário, na direção contrária ao movimento natural da articulação), Douglas montou um espaço em sua casa, em Santos, onde descontrai e faz treinos leves, sempre ao lado da companheira, Jessica. "Além de minha mulher, ela é minha aluna, massagista, coach, torcedora, sparring, cinegrafista (risos). Ela me ajuda muito em todas as competições, sem ela seria muito difícil", afirma Douglas.
Confira a seguir a entrevista com o lutador caiçara, que agora busca apoio para a disputa de um importante campeonato nos EUA.
Tamoios News - Com que idade começou a treinar jiujitsu?
Douglas Leão - Infelizmente comecei a treinar um pouco tarde, 3 meses antes de completar 24 anos, o que torna muito complicado lutar com atletas que começaram ainda crianças e têm, muitas vezes, mais que o dobro de experiência do que eu dentro do tatâme. Mas com jeitinho dá pra bater de frente e às vezes levar.
T.N. - Como foi a escolha pelo Jiu Jitsu?
D.L. - Comecei a praticar artes marciais (caratê) quando tinha 12 anos e treinei por volta de 5 anos até me mudar pra Santos onde cursei faculdade de Farmácia. Já em Santos comecei a treinar Muay Thai e depois de me formar e voltar pra Ilhabela, dei continuidade nos treinos com o professor Bruno Grohmann. Em 2011 fui levado ao Jiu Jitsu pelo próprio Bruno e comecei a treinar no Dojô Ilhabela com o Sensei Kevin Albertini, acabei me apaixonando pelo esporte. Na minha estreia fui campeão do Ubatuba Summer Fight de Submission, em Janeiro de 2012, e em abril fui campeão do Fighters of Gold de Muay Thai. Foi quando eu tomei a decisão, aprovada meu pelo professor, de procurar uma equipe maior. Vim morar em Santos para treinar com o Mestre Rodrigo Cavaca, que é faixa preta 3 graus, já foi diversas vezes campeão Mundial, Europeu, Brasileiro, e foi o professor do maior atleta de Jiu Jitsu atualmente que é o Marcus Buchecha.
T.N. - Conte um pouco da sua rotina de treinamentos.
D.L. - Eu faço em torno de 3 a 4 treinos por dia, divididos em um treino de preparação física, que faço na Academia Incorpore, uma das minhas patrocinadoras, e outros dois ou três treinos na matriz da Equipe Zenith aqui em Santos; sempre dividindo em um treino de Submission (Jiu Jitsu sem quimono) e um ou dois de Jiu Jitsu. Saio direto pra academia Evolution, onde dou aula das 22h às 23h30.
T.N. - Você consegue viver do esporte?
D.L. - Vivo exclusivamente do esporte. Dou aulas, o que me ajuda a pagar meus treinos, recebo apoio da Creperia N'areia, de Ilhabela, e da Semag Topografia, de Santos, com uma ajuda financeira. Meus pais me apoiam em tudo e agora estou tentando começar a vender material esportivo pra ver se consigo uma renda extra. Não preciso de muito para ser feliz, tendo dinheiro para comer, treinar e competir, estou de bem com a vida (risos).
T.N. - Qual a principal diferença entre o Jiu Jitsu e o Submission (Jiu Jitsu sem quimono)?
D.L. - Eu comecei no Jiu Jitsu pensando em entrar no MMA (Mixed Martial Arts), portanto no começo dei mais foco aos treinos sem pano e fui naturalmente me aperfeiçoando nesse estilo. Mesmo sendo parecidos, o Submission e o Jiu Jitsu são esportes completamente diferentes. No Submission os golpes são muito mais difíceis de encaixar, porque os atletas começam a suar e fica tudo muito escorregadio e dinâmico, os golpes têm que ser perfeitos para que haja a finalização. A vontade e o "coração" contam muito. Já no Jiu Jitsu de pano o leque de golpes é muito maior, porque você pode contar com a utilização das lapelas, os atletas conseguem "amarrar" um pouco mais a luta.
T.N. - Quais os principais títulos que você conquistou até hoje?
D.L. - Meus principais títulos são: Campeão Mundial de Submission, Campeão do World Unified, Bicampeão Pan-americano, Campeão Nacional de Submission, Bicampeão do SP International Open NOGI, Campeão Paulista Absoluto, Campeão Paulista Sem Kimono, Pentacampeão da Copa Paulista sem Kimono e Campeão da Copa Internacional e do Campeonato Internacional, além de alguns Campeonatos Regionais.
T.N. - Você acredita que o MMA (o UFC, principalmente) deu maior visibilidade ao Jiu Jitsu no Brasil?
D.L. - Com certeza. Os Gracie criaram o UFC e provaram nas primeiras edições, onde as disputas eram de Arte contra Arte, que o Jiu Jitsu era a mais completa. Depois de mostrarem a superioridade do BJJ (Brazilian Jiu Jitsu), todos os outros atletas começaram a praticar o Jiu Jitsu. Daí veio o grande crescimento de praticantes, tanto no Brasil quanto no mundo.
T.N. - 2015 tem sido um ano de muitas conquistas. Quantas medalhas você já ganhou este ano?
D.L. - Ganhei um total de 17 medalhas até aqui. Estou cada vez mais maduro e com mais experiência em campeonatos, o que conta muito nas disputas. Ano passado ganhei 16 medalhas e coloquei como meta chegar a 24 medalhas em 2015. Infelizmente tive duas lesões esse ano (joelho e dedo) que me deixaram fora dos treinos e competições por 3 meses. Mas ainda tenho alguns campeonatos e se Deus quiser conseguirei alcançar a meta, ou chegar bem perto dela.
T.N. - Recentemente você teve uma lesão no dedo durante um torneio e você foi campeão lutando machucado. Como foi isso?
D.L. - Sim, aconteceu no primeiro minuto da primeira luta da Etapa de Inverno do Circuito Mandala. Continuei lutando e sofri de 5 a 6 luxações seguidas durante a luta, mas mesmo lesionado, graças a Deus consegui a vitória.
T.N. - Como foi sua recuperação?
D.L. - Tive que me afastar completamente dos treinos de jiu jitsu, mas mantive meus treinos físicos com treinos aeróbicos e de fortalecimento para as pernas. Ainda não estou 100%, comecei o tratamento com terapia ocupacional pra tentar voltar à função perfeita do dedo que ainda está muito torto. Nos treinos e competições eu faço uma amarração com esparadrapo que me deixa tranquilo pra poder competir sem medo.
T.N. - Sobre o campeonato mundial e o regional NoGi, nos EUA. Você já tem confirmação se vai disputar esses campeonatos?
D.L. - Ainda não dei entrada nos papéis para o visto. O dólar está muito alto, e como as taxas são todas cobradas na moeda americana, o custo está muito alto, mas estou correndo atrás pra ver se consigo um apoio para arcar com os gastos. No Brasil é muito difícil conseguir apoio financeiro. Caso contrário, só conseguirei lutar lá no ano que vem.
T.N. - Você tem apoio da prefeitura?
D.L. - Contei com o apoio da prefeitura para muitos campeonatos entre o meio de 2012 e o final de 2014, quando a lei de bolsa atleta municipal foi aprovada. Mas por burocracia até hoje não conseguiram implantar e o apoio financeiro em 2015 veio somente em um campeonato que disputei no Rio de Janeiro e apenas com uma pequena parte dos gastos. O pessoal da Secretaria de Esportes tem corrido atrás, mas a burocracia do jurídico acaba atrapalhando. Minha esperança é conseguirem implantar essa Lei, o que ajudaria não só a mim, mas a muitos outros atletas de alto rendimento que representam a Ilha.
T.N. - Como é o apoio da sua família?
D.L. - O apoio é total. Meus pais me apoiam em tudo e até hoje são meus principais patrocinadores com as despesas de campeonatos e são também meus fãs número 1. No meu dia a dia conto também com o apoio da minha mulher, Jéssica, que me ajuda em tudo na rotina do dia a dia, além de ser minha aluna e parceira de treino.
T.N. - Qual sua melhor lembrança no esporte?
D.L. - Ah, tenho diversas! Mas acho que a mais marcante foi quando ganhei o Campeonato Paulista Absoluto em 2012; estava sozinho no ginásio e foi meu primeiro grande título. Só lembro de ligar pra minha mãe depois da final e chorar muito de alegria; de lá pra cá já conquistei diversos sonhos que tinha dentro do esporte e tenho certeza que ainda conquistarei muito outros.
T.N. - Aproveite, então, para agradecer aos seus apoiadores.
D.L. - Eu gostaria de agradecer aos patrocinadores. Restaurante Santa Planta, a Incorpore Academia, a Rede Nutri Suplementos Alimentares, a Creperia N'areia, a Semag Topografia, ao comerciante de Ilhabela Luiz Lobo, que me ajudou financeiramente para o pan-americano, onde conquistei o bicampeonato nesse final de semana, em São Paulo, e aos meus pais, minha mulher e todos que torcem por mim.
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