Prefeitura de Ilhabela realiza primeira “Semana de Sensibilização à Perda Gestacional, Neonatal e Infantil”

  


 

O luto neonatal deve ser abordado por profissionais de saúde, e mamães a fim de diminuir o sofrimento e adoecimento mental que as mães desenvolvem com a perda de seu bebe

 

Mais empatia, acolhimento, sensibilização e humanização, é o que pretende a Prefeitura de Ilhabela, por meio da Secretaria de Saúde, com a 1ª “Semana de Sensibilização à Perda Gestacional, Neonatal e Infantil”, realizada na semana passada, na nova sede do programa “Melhor em Casa”, no Perequê.

A maternidade é um sonho de vida para grande parte das. Em 2014 e 2015, por volta de 400 mil mulheres sofreram perdas gestacionais no Brasil, e outras 50 mil não viram seus bebês completarem nem um mês de vida. A partir deste problema de Saúde Pública, a prefeita maria das Graças Ferreira, a Gracinha, sancionou na tarde de terça-feira (14), a Lei 1.441/2020, indicada pelo Projeto de Lei 50/2020, de autoria do vereador Anísio Oliveira, que institui a “Semana de Sensibilização à Perda Gestacional, Neonatal e Infantil”. “A lei é importante para a conscientização, ela traz amparo para as famílias, principalmente as mães, já que muitas vezes esse luto é ignorado ou negligenciado de alguma maneira”, declarou a prefeita.

Após a sanção, a Secretaria de Saúde promoveu na quinta-feira (16) a abertura da Semana, com uma tarde recheada de palestras e trocas de experiências com os temas: apresentação de dados da Vigilância Epidemiológica e da Lei, Contextualização do Viver, finalizando com uma roda de conversa, onde as mães presentes, puderam realizar uma troca de vivências e experiências.

No local, estiveram presentes profissionais de saúde, mamães, o vereador Anísio Oliveira, o secretário de Saúde, Gustavo Barboni de Freitas, acompanhado da secretária adjunta, Ana Maria Nogueira e as idealizadoras do projeto: Grupo de Apoio ao luto às mães, pais e famílias de anjos de Ilhabela e região, Grupo A.mar.

O secretário de Saúde, Gustavo Barboni, afirma que os profissionais de saúde pensam de forma coletiva, e para ele fica fácil abraçar essas novas ideias e projetos. “Os profissionais me procuram já com a ideia formada e com motivos que agregam benefícios ao coletivo, nunca pensando no individual, a intenção delas é inserir isso nas políticas públicas do município, e eu como autoridade do poder público, abraço esta ação sem hesitar, destaca. Somos uma saúde de qualidade! Aqui os profissionais trabalham integrados aos gestores públicos, para que nós possamos juntos vir a fazer o melhor para população, pois com o orçamento atual que temos, somos capazes de amparar e distribuir saúde e qualidade de vida para todos”, finaliza o secretário.

 

Thalita de Carvalho Souza, é mãe de três filhos e um anjinho. Acadêmica em Letras, Libras e Pedagogia, atua como Intérprete de Libras, compõe o Grupo A.mar desde 2019. Teve a experiência de uma perda gestacional de 27 semanas, de uma menina, Gabriela. Consegue hoje compartilhar a experiência que viveu e entende que esta troca é muito importante no acolhimento às mães. “Falar sobre o assunto no começo doía muito, agora consigo conversar de forma a acolher as mãezinhas de todas as idades. Luto é um processo doloroso, mas unidas conseguimos superar”, salienta Thalita de Carvalho Souza.

A Lei

A Lei 1.441/2020, indicada pelo Projeto de Lei 50/2020, de autoria do vereador Anísio Oliveira, que institui a “Semana de Sensibilização à Perda Gestacional, Neonatal e Infantil”, visa realizar na semana que compreende o dia 15 de outubro:
A Semana de Sensibilização à Perda Gestacional, Neonatal e Infantil tem por objetivo:
      I - Dar visibilidade à problemática da perda gestacional, neonatal e infantil;
      II - Lutar por respeito ao luto de mães e pais que passam por essa experiência;
      III - Contribuir com a sensibilização do tema disseminando informações para pais, familiares, profissionais da área de saúde e sociedade em geral;
      IV - Dignificar o sofrimento e dar voz às famílias;
      V - Promover a humanização do atendimento nos serviços de saúde aos casos de perda gestacional, neonatal e infantil;
      VI - Orientar as famílias enlutadas sobre seus direitos previstos em leis e outras normativas.

O documento está disponível em: https://bit.ly/3dMEavp.

A escolha da data tem por base o “Pregnancy and Infant Loss Remembrance Day”, traduzido como “Dia da Memória da Perda Gestacional e Infantil”, que é observado no dia 15 de outubro de cada ano em diversos países, e tem sido adotado a campanha “Wave of Light”, que trata de uma corrente de vigílias de velas, realizada por pais, familiares, amigos e simpatizantes da causa, com intenção de simbolicamente formar uma onda de luz que relembrem a memória dos bebês e crianças que morreram e busca conscientizar a sociedade sobre a importância do acolhimento a quem vive a dor da perda.

Grupo A.mar

De acordo com Verusca Morais Silva, uma das idealizadoras do grupo, a ideia surgiu a partir da necessidade de apoio às mães que passaram pelo luto na gestação ou no pós-parto, e necessitavam de amparo emocional e troca de experiências de outras que também passaram por alguma situação angustiante. “O grupo nasceu a partir do momento em que eu a Daniele Alany Freires Garcez, outra idealizadora do grupo, começamos após nossas perdas, a receber inúmeras mães que haviam passado por aquela situação de luto, relatando que não tinham segurança em falar sobre este assunto com qualquer pessoa. O nome do grupo A.mar, surgiu do Amar e um ponto final separando, pois remete ao amor e a imensidão do mar, ou seja, um amor que não tem fim, salienta.

 

Agradecemos a prefeita Gracinha Ferreira, ao vereador Anísio Oliveira, a secretária adjunta de saúde, Ana Maria Nogueira e ao coordenador da Atenção Primária em Saúde, Antonio Galante, por todo empenho, apoio e vontade de fazer acontecer! ”, finaliza Verusca Morais Silva.

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