Gasto das cidades para transporte e destinação final do lixo ultrapassa R$ 2 milhões

Josiane Carvalho

Em períodos de alta temporada os quatro municípios do Litoral Norte chegam a gastar mais de R$ 2 milhões com as despesas de transporte e destinação final dos resíduos orgânicos recolhidos nas cidades. Em Ubatuba, por exemplo, o valor pago por tonelada transportada custa em média R$ 190 e se somadas as 5,2 mil toneladas recolhidas somente no mês de janeiro o custo para esta destinação fica em torno de R$ 1 milhão. 
Em termos de valores, Caraguatatuba e Ilhabela gastam respectivamente cerca de R$ 600 mil e R$ 180 mil para transportar os resíduos até os aterros de Santa Isabel e Tremembé. A reportagem do Jornal Imprensa Livre, questionou a Prefeitura de São Sebastião com relação aos valores pagos para o transporte do lixo, porém, a informação não foi fornecida pela Assessoria de Imprensa da Administração Municipal. 
Já com relação à quantidade, o número de material recolhido ultrapassa a média de 16 mil toneladas somente no mês de janeiro. Um levantamento feito pela Secretaria de Arquitetura e Planejamento de Ubatuba aponta que entre os dias 31 de dezembro e 2 de janeiro foram retirados das quatro cidades 2,1 mil toneladas de resíduos. 
“Nós, gestores públicos, estamos preocupados com esta questão e por isso mesmo decidimos manter reuniões periódicas em busca de uma alternativa para o lixo de toda a Região. A única certeza é a de tratar o fator resíduo como um assunto em conjunto para verificarmos o que possa ficar mais barato e mais prático para as quatro cidades”, afirmou João Paulo Rolim, secretário de arquitetura e planejamento de Ubatuba. 
Rolim acredita ser Caraguatatuba a cidade ideal para abrigar um aterro sanitário ou usinas com tecnologias mais modernas. “Caraguá é, sem dúvida, o centro do Litoral Norte e é justamente por isso que devemos pensar nela como a principal rota dos resíduos sólidos da região. Recebemos a informação de que a Câmara de Vereadores aprovou uma lei impedindo o recebimento de lixo dos outros municípios, com isso, encontramos um primeiro entrave para a busca de soluções”, destacou. 
O secretário de Meio Ambiente de Ilhabela, Rogério Ribeiro de Sá, o professor Catolé, compartilha da mesma opinião do colega de Ubatuba e reafirma o empenho dos quatro secretários envolvidos na tentativa de encontrar soluções. “Estamos decididos a buscar soluções. Chegamos até a discutir em reuniões a criação de um consórcio intermunicipal para os resíduos sólidos. Temos plena convicção de que o custo com o lixo para as cidades é muito caro para todos os prefeitos”, comentou. 
Para o prefeito de Caraguatatuba, Antonio Carlos da Silva (PSDB) o problema do lixo deve ser tratado pelo Governo do Estado como um dos grandes problemas de todos os municípios do Estado. “Já cheguei a conversar pessoalmente com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) sobre esta questão e principalmente sugeri a ele criar uma estatal do lixo. Acho um verdadeiro absurdo praticamente todas as cidades de São Paulo sofrerem com a destinação final do lixo. Seria muito mais interessante o governo estadual tirar a responsabilidade do Município em arcar com despesas de estudos e licenciamentos e transferir as questões para a própria Cetesb criando assim uma gestão compartilhada do tratamento do lixo”, finalizou. 

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