“Não podemos exigir que empresa particular contrate este ou aquele profissional”, diz Prefeitura a jipeiros
Profissionais estão inconformados porque empresas de fora da cidade vêm utilizando vans e micro-ônibus para transporte turístico de passageiros de cruzeiros marítimos
Thereza Felipelli
Em resposta à reclamação de jipeiros de Ilhabela sobre suposta irregularidade na prestação de serviços do receptivo de navios cruzeiro, a Secretaria de Turismo de Ilhabela informou ontem que não há nada de irregular no serviço prestado por empresas que utilizam vans e micro-ônibus para o transporte turístico de passageiros pela cidade.
Segundo a Prefeitura, existem exigências em relação ao alvará das vans que trabalham com turismo no município. Para isto, além dos documentos exigidos pelo departamento de trânsito, é solicitado o cadastro frente ao Ministério de Turismo (Cadastur), seguro para terceiros, entre outros. Uma vez trabalhando na cidade, a fiscalização é feita pela equipe da Prefeitura.
Sobre a contratação de agências de Ilhabela para atender a vendas de passeios efetuadas diretamente no navio, a Secretaria de Turismo salientou que as agências do arquipélago têm toda liberdade de contratar quem bem entenderem (direito de livre comércio). “A Prefeitura pede sempre que sejam contratadas vans ou jipes de Ilhabela, mas não pode exigir que empresas particulares contratem este ou aquele profissional”, disse a Prefeitura, por intermédio de sua assessoria de imprensa.
“Alguns jipeiros querem ser contratados pelas empresas, mas elas contratam o jipe que quiserem”, salientou o secretário de Turismo, Harry Finger. “O problema é que as vendas a bordo acabam acontecendo em quantidade significativa, mas tem muito passageiro descendo e todo mundo está ganhando bem”, completou.
Entenda o caso
Na semana passada, cerca de 30 jipeiros de Ilhabela procuraram o vereador Luizinho da Ilha (PCdoB) afirmando estarem sendo prejudicados em seu trabalho. Segundo eles, tais vans e micro-ônibus não teriam placas em Ilhabela, diferente deles, que têm seus veículos cadastrados na cidade e são pagantes de impostos.
Segundo a diretora de turismo, Eunice Bourroul, existem duas empresas que trabalham direto com os navios. “O navio vende os pacotes de duas empresas de Ilhabela. Eles sugerem. Então as empresas solicitaram autorização, que em alguns momentos são fornecidas”, explicou ela, que disse não entender essa reivindicação tão forte por parte dos jipeiros. “Fazemos tudo que podemos para eles trabalharem de uma forma bacana. Montamos uma estrutura que fica disponível para eles durante seis meses, tudo é gratuito, sempre demos suporte pra eles trabalharem. Acho que temos que sentar e resolver isso de uma forma pacífica”, destacou.
Em média, Ilhabela recebe 250 mil turistas de navios por temporada de cinco meses, de novembro a abril. Na atual temporada estavam previstas 110 paradas, mas devem ser registradas 120 escalas.
Foto: Ronald Kraag/ Divulgação
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