Prefeitura de Ilhabela realiza visita técnica no cruzeiro MSC Seaview






A Secretaria de Meio Ambiente e a Vigilância Sanitária acompanharam a comitiva



A Prefeitura de Ilhabela visitou, na segunda-feira (4), o cruzeiro Seaview, da companhia MSC, para conhecer as políticas e sistemas de tratamento de resíduos líquidos e sólidos.

A visita, proposta pelo diretor executivo da CLIA Brasil (Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos), Marco Ferraz, contou com a presença do prefeito Márcio Tenório, do secretário de Desenvolvimento Econômico e do Turismo, Ricardo Fazzini, da secretária de Meio Ambiente, Maria Salete Magalhães, do técnico da Vigilância Sanitária, Oriedson de Freitas Oliveira, do técnico de Meio Ambiente, Ronaldo Alves de Souza, do delegado da Capitania Portos de São Sebastião, Wagner Goulart, da diretora de operações da MSC, Márcia Leite, e do diretor geral da MSC, Adrian Ursilli.

Na ocasião, a CLIA explicou as regras nacionais e internacionais de saneamento adotadas por todas as empresas do segmento. “Após algumas denúncias sobre poluição que já foram descartadas pela Marinha e por laudo da Cetesb, vimos na situação uma forma de mostrar para as autoridades a seriedade da política de tratamento de todos os resíduos a bordo, seguida não só pela MSC, mas por todas as companhias de cruzeiros. Nossos principais destinos são lugares em que a natureza tem uma enorme relevância e temos a grande responsabilidade de respeitar e preservar o meio ambiente”, explicou Marco Ferraz.

A MSC fez uma apresentação do tratamento de resíduos. O lixo de todo o navio é recebido em uma sala e separado para reciclagem. O alumínio, plástico e papelão são prensados e acondicionados separadamente e o vidro é triturado e colocado em containers. Já o lixo orgânico é tratado através de trituração e depois filtrado, e a parte mais resistente é separada para ser dispensada. O composto que sobra da parte do lixo orgânico que é filtrado e desidratado é destinado para combustível ou adubos orgânicos. Além do cuidado no tratamento, todo o resíduo vai para uma área refrigerada, para que não haja proliferação de bactérias e evitar qualquer tipo de contaminação durante a viagem. “O sistema de tratamento é impecável, eu fiquei impressionado com a tecnologia e o procedimento que eles utilizam. Através do navio, tivemos acesso a essa tecnologia do tratamento de água por membrana e Ilhabela começa com o plano de saneamento agora com algumas estações de tratamento como essa”, disse o técnico de Meio Ambiente, Ronaldo Alves.

De acordo com o técnico da Vigilância Sanitária, Oriedson de Freitas, todo o sistema utilizado é exemplar. “Essas tecnologias suprem as necessidades de uma população de sete mil pessoas, que é a capacidade do navio entre tripulantes e passageiros, podendo ser perfeitamente utilizada como modelo para o município nas suas devidas proporções”.

As autoridades e técnicos também puderam ver na prática o funcionamento dos sistemas de saneamento na embarcação, visitando as áreas de separação e tratamento de lixo, da câmara de refrigeração e de controle dos sistemas de tratamento de afluentes. “A gente pôde concluir que o serviço é de extrema qualidade, tanto a parte de resíduos, quanto no saneamento. Vimos tecnologias extremamente avançadas, lá dentro existe um sistema terciário de saneamento. Ali me senti dentro de um planetinha onde tudo funciona, desde os resíduos que são separados, processados e reciclados minuciosamente, sempre pensando na questão da sustentabilidade, pois eles entendem que o mar é a sobrevivência deles, econômica e ecologicamente. O senso de organização e de preocupação com o meio ambiente também levou a companhia a trazer energias renováveis para os navios, onde alguns estão trocando o diesel pelo gás”, disse a secretária de Meio Ambiente, Maria Salete Magalhães.

Os sistemas são protegidos e somente o primeiro escalão do navio possui as senhas de liberação. Vale ressaltar que não existe nenhum tipo de válvula que lance o efluente no mar. Após o processo de tratamento, ele é liberado com 98% de pureza a 12 milhas de distância da costa, apesar da legislação permitir a liberação a partir de quatro milhas. “A forma como tratam os efluentes é de primeiro mundo e sem qualquer chance de haver, até mesmo por acidente, despejo de esgoto no mar”, assegura o secretário de Desenvolvimento Econômico e do Turismo, Ricardo Fazzini.

Todo o controle e a política de saneamento e tratamento de resíduos dos navios é certificado pelo Bureau Veritas S. A., uma organização internacional de certificação em normas que têm por objetivo indicar padrões de qualidade na produção, comercialização e respeito ao meio ambiente por parte das empresas do mundo todo.

“Foi uma visita para conhecimento, imprescindível para confirmarmos o cuidado e a segurança que as companhias de cruzeiro operam no nosso canal”, falou o prefeito Márcio Tenório.

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